Rpg tem como diferencial tratar o indivíduo e não a doença que apresenta.
Apesar de ter chegado ao Brasil no final da década de 90, a reeducação Postural Global, mais conhecida por suas iniciais RPG, ainda sofre com o desconhecimento por parte de alguns médicos, como também da população. Porém, são os resultados no tratamento de diversas doenças, que esse método vem se afirmando nos últimos anos.
O que é?
A RPG foi criada pelo fisioterapeuta francês Philippe Emmanuel Souchard, com a publicação da obra “O campo fechado”, feita após quinze anos de pesquisas no campo da biomecânica. Apresentada em vários paises, hoje, aproximadamente 10 mil fisioterapeutas a praticam no mundo, sendo mais de 3 mil só no Brasil.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de RPG (SBRPG), Oldack Borges de Barros, 46, “a RPG busca tratar o corpo como um todo, mesmo que a dor esteja concentrada em uma parte. Não buscamos apenas os sintomas, mas sim as causas dos problemas”.
Diferencial
Sobre esse diferencial, Barros explica: “não existe duas dores iguais, nem dois corpos. O objetivo básico é tratar a patologia do individuo e não apenas a patologia. A técnica une conceitos de individualidade ( as pessoas não são iguais), causalidade( sai em busca das causas do sintoma) e globalidade (trata o paciente e não a doença)”.
A fisioterapeuta Ana Paula Andrade, 29, acrescenta: “é um método que previne e trata lesões osteomusculares e alterações posturais por meio de posturas terapêuticas que alongam, equilibram, e reeducam as cadeias musculares de forma global ao corpo do paciente”.
Tratamento
A RPG trata vários tipos de patologia que requerem fisioterapia. Os tratamentos são individuais e duram cerca de uma hora. Na lista de doenças que podem ser tratadas estão: lombalgia, cervicalgia, artrite, enxaqueca, escoliose, lordose, cifose, reumatismos, torcicolo, labirintite, bursite, tendinite, entre muitas outras.
A doutora Ana Paula Andrade define as características das doenças de forma geral: “A RPG é indicada para o tratamento de qualquer dor ou mesmo deformidade, desde que estejam ligadas as causas musculares e articulares”. Tais doenças estão se tornando cada vez mais comum em nosso dia-a-dia. E o Dr. Barros faz um alerta: “ Eu dividiria os indivíduos em dois tipos: aqueles que tem algum problema agora e aqueles que vão ter. O mundo de hoje está favorecendo o desenvolvimento dessas doenças. A valorização excessiva do esporte, muitas vezes sem acompanhamento, acaba causando um número maior de lesões”.
Além disso, a técnica pode evitar as cirurgias. Um dos casos famosos em que a RPG faz a pessoas fugir das salas de cirurgia é a hérnia de disco, caracterizada pelo incômodo ou fraqueza na região lombar. “Hoje em dia, de 100 pessoas com hérnia, uma patologia bastante comum, apenas 1% faz cirurgia. Todo o resto prefere o tratamento com o RPG”.
As dores na coluna também são um dos alvos da RPG. Segundo pesquisa feita pelo fisioterapeuta Sandro Rogério dos santos, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o método RPG é o mais eficiente que a fisioterapia convencional no tratamento das dores nas costas. De acordo com os estudos, 70% dos pacientes tratados com a RPG obtiveram diminuição da dor ( após a 10ª sessão), enquanto a fisioterapia ou outros métodos alcançaram apenas 40% de resultados positivos.
Profissional
Em geral, os tratamentos possuem uma boa resposta. Para a grande maioria das doenças, é de 90 % o grau de satisfação. “Nós reequilibramos o individuo e assim, os resultados são mais efetivos”, afirma Barros. E continua: “ o tratamento pode durar uma ou duas sessões ou até dois anos. Para isso é preciso persistência”.
Outro fator importante para o tratamento dar certo, é a atenção com os profissionais, já que a técnica só pode ser feita por um fisioterapeuta com especialização. “É imprescindível que o paciente tenha o conhecimento da graduação do profissional e se este possui a formação do método em escola reconhecida. Infelizmente, muitos “vendem” o tratamento sem ter formação de fisioterapeuta”, explica a fisioterapeuta Ana Paula Andrade.