O Brasil tem experimentado nas últimas décadas um processo chamado de transição alimentar e nutricional conhecido também como Guia Alimentar.
Este novo processo vem acontecendo por conta de vários fatores, onde destacam-se a diminuição da prevalência da fome e das doenças relacionadas às carências nutricionais.
o Guia Alimentar foi desenvolvido também por conta de um aumento considerado das doenças crônicas não transmissíveis como diabetes tipo 2, hipertensão, dislipidemias, síndrome metabólica, doenças do coração e alguns tipos de câncer e sobretudo a obesidade.
Além disso, o Guia alimentar também pode ser utilizado por outros motivos que são somados ao cenário anterior como a inatividade física, a publicidade massiva dos alimentos industrializados destinados principalmente ao público infantil.
O consumismo exagerado e o ambiente obesogênico (que é aquele que contribui para as escolhas de alimentos de baixa qualidade nutricional), são um dos fatores que vem favorecendo a este contexto atual, por isso o Guia Alimentar tem sido muito importante.
Situação alimentícia atual da população brasileira
Em 2010, metade da população brasileira adulta estava com sobrepeso e aproximadamente 12% com obesidade.
Os gastos em 2011 do Sistema Único de Saúde no Brasil, representaram cerca de 270 milhões de dólares, dados que justificam a posição que o país ocupa em 5º lugar das principais causas de morte no mundo devido a fatores alimentícios.
Isso se dá pelo fato de que antes nós realizávamos nossas alimentações em casa, as famílias dedicavam um maior tempo para o preparo das refeições com a utilização de alimentos frescos, saudáveis e da estação.
Porém, hoje em dia, mulheres e homens trabalham fora, crianças e jovens estão envolvidos em mais atividades, consequentemente a alimentação é realizada fora de casa.
Desta forma, eles realizam uma refeição com maior praticidade e menor tempo que a escolha desses produtos prontos oferecem, mesmo o consumo dos mesmos sendo de de baixa qualidade.
Estudos populacionais mostram que a população brasileira possui um baixo consumo de frutas, verduras e legumes e um alto consumo de alimentos ultraprocessados
Dentre esses alimentos ultraprossessados podemos citar: os biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, refrigerantes, sucos artificiais e fast food, o que leva à um baixo consumo de fibras e alto consumo de açúcares, gordura e sódio e ficando longe do que realmente indica o Guia Alimentar.
Conhecendo o Guia Alimentar para População Brasileira
O Guia Alimentar para População Brasileira foi desenvolvido pelo Ministério da Saúde em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo, com o objetivo de melhorar os padrões de alimentação e nutrição da população brasileira e poder contribuir para a promoção da saúde.
Diante de diversas mudanças ocorridas ao longo dos últimos anos desde a sua primeira edição em 2006, surgiu a necessidade de realizar a atualização do Guia Alimentar que chegou ao auge na sua publicação em 2014.
O Guia Alimentar foi dividido em cinco capítulos com temas relacionados aos princípios que nortearam a sua elaboração.
Esses capítulos são: orientações quanto a escolha dos alimentos a respeito do que deve compor a base da alimentação, orientações de como combinar os alimentos nas refeições, o ato de comer e a comensalidade e por fim sobre a compreensão e a superação de obstáculos.
Classificando os alimentos conforme o Guia Alimentar
Confira a classificação dos alimentos quanto ao grau de processamento, segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira feito em 2014:
Alimentos in natura: são aqueles que encontramos diretamente de plantas ou animais e que não sofreram nenhum tipo de processamento industrial. Exemplo: frutas, verduras, legumes, raízes, tubérculos e ovos.
Alimentos minimamente processados: são alimentos in natura que foram submetidos a processos de limpeza, remoção de partes não comestíveis, fracionamento, moagem, secagem, fermentação, pasteurização, refrigeração, congelamento e processos similares.
Esses tipos de alimentos conforme o Guia Alimentar, não possuem adição de sal, açúcar, gorduras ou outras substâncias ao alimento original. Exemplo: grãos, ovos, leites, peixe, carne, tubérculos e raízes, legumes, verduras e frutas.
Alimentos processados: são aqueles são fabricados pela indústria e que sofreram a adição de sal, açúcar ou óleo ao alimento original.
Exemplo: alimentos em conserva; frutas com caldas; queijos; pães feitos de farinha de trigo, leveduras, água e sal; carne seca, enlatados em geral.
Alimentos ultraprocessados: são formulações industriais feitas em sua maior parte de substâncias extraídas de alimentos (óleos, gorduras, açúcar, amido, proteínas), derivadas de alimentos (gorduras hidrogenadas, amido modificado) ou sintetizadas em laboratório com base em matéria orgânica como petróleo e carvão.
Segundo o Guia Alimentar, esse tipo de alimento também possui corantes, aromatizantes, que realçam o sabor e vários tipos de aditivos usados para deixar os alimentos mais atraentes sensorialmente.
Exemplo: biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, refrigerantes, macarrão instantâneo.
Como o Pilates contribui para melhorar este cenário?
Os exercícios físicos trazem inúmeros benefícios para quem os pratica, por isso o Pilates associado à uma alimentação saudável e equilibrada pode contribuir para a melhora da qualidade de vida, bem-estar e saúde.
A prática regular do Pilates garante maior disposição no seu dia a dia, além de garantir a melhora da força, alongamento e mobilidade.
Para que o objetivo do treinamento seja alcançado, é necessária uma alimentação adequada visando à melhora do rendimento e à promoção da saúde.
Portanto, o Guia Alimentar para a População Brasileira poderá te auxiliar em escolhas mais saudáveis e o Pilates consequentemente pode ajudar nessas escolhas mantendo o seu corpo estabilizado e condicionado.
Sendo assim, o Pilates utilizado para a complementação do Guia alimentar é um ótimo aliado para a saúde do corpo e da mente do ser humano, garantindo a melhora de vida.
Os dez passos para uma alimentação saudável:
Para que nosso corpo possa se manter saudável, além das atividades físicas como o Pilates, precisamos também ter uma boa alimentação conforme o Guia Alimentar.
Sendo assim, confira agora os 10 passos para uma alimentação saudável
1- Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação;
2- Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias;
3- Limitar o consumo de alimentos processados;
4- Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados;
5- Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia;
6- Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados;
7- Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias;
8- Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece;
9- Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora
10- Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais
Conclusão
Pensando no contexto atual em que vivemos com a alta prevalência de doenças crônicas e obesidade, faz-se necessário a ampliação de ações intersetoriais focadas na saúde e na nutrição como é o caso do Guia Alimentar.
Além da promoção da alimentação adequada e saudável, instrumentos que auxiliam em escolhas mais saudáveis associados à prática de exercícios físicos como é o caso do Pilates, podem contribuir positivamente para mudar este cenário de má alimentação e sedentarismo.
Uma nova consciência de consumo alimentar saudável e sustentável conciliado com a prática de exercícios físicos é a chave para mudanças consistentes.
Por isso, procure um nutricionista e um Stúdio de Pilates mais próximo de você, eles saberão te auxiliar no momento em que você for realizar as escolhas mais saudáveis.
Rafaela Guimarães Moraes de Camargo
Nutricionista